quarta-feira, 12 de novembro de 2014

ESCREVER








Tenho que continuar escrevendo, 
impossível parar,
impossível não rascunhar 

o que você está lendo agora
por dentro dessa noite dia,
por dentro da sonora memória

São letras símbolos, 
raízes nascidas na tinta grafite,
no teclado da Olivetti, 

nas caras do notebook,
nas androides mãos tuas, 

nas cavernas paredes
do meu sexo


A palavra rosa e a palavra azul,
Lô e Cartola,
Elís para o sempre navelouca armageddon
entre minhas tranças,
dentro da oca de nossas vocais cordas
de aço


Entenda, não entenda,
desenrole o cérebro na carretilha
da máquina de fazer cinema,
na máquina que move os pés e os aviões

E eu, que não pare de escrever,
sob o pretexto de arcar com as despesas
que fizeste para ergueres Brasília
e a Urbana Legião


( edu planchêz )

Nenhum comentário:

Postar um comentário

comentem